Para os que não sabem tenho quatro netos entre seis meses e sete anos.
Os dois maiores adoram passar o dia e dormir na minha casa. Em alguns dias da semana levanto muito cedo porque começo o meu dia no consultório as 8.00h. Então quando saio de casa eles ainda não acordaram. Fiz um trato com eles: Todas as vezes que ao se levantarem e forem vestir a roupa e alguma peça estiver com um nó é porque eu dei um beijo de despedida neles, acompanhado do “eu te amo”, mas eles não viram porque estavam dormindo. E assim faço. As vezes dou um nó na manga de uma camiseta, as vezes na perna da calça, e as vezes nas meias.
Segundo, as pessoas que os assistem quando não estou presente, eles ficam sorridentes quando descobrem alguma peça do vestuário com o nó, mesmo um pouco frustrados por saberem que eu já fui.
E o mais gratificante é quando eu volto a entrar em contato com eles e ouço a fala, com um ar de muita satisfação:
“Vovó, eu achei o nó da minha roupa. Eu também amo você.”
A menor, uma menina cheia de charme e linda, está mais distante, geograficamente, e ainda é um bebê, mas o caçula dos meninos, de três anos, é meu grudinho e sempre me pede colo e eu amo dar colo para ele, mesmo correndo o risco de prolongar por mais tempo a restauração dos ligamentos lesionados do meu joelho.
E sempre que nos visita, na hora em que ele precisa ir embora com os pais, passo um batom bem vermelho e beijo suas pequenas e fofas mãos. Ele já sabe, está indo embora levando meus beijos. Foi preciso fazer a primeira vez, para que ele sempre peça na hora de ir: “Vovó, quero levar seu beijo.” E, depois que eu dou o beijo, ele toma todo o cuidado para que a marca não saia das mãos!
É possível que eles esqueçam algumas de outras boas coisas, que faço para eles. Mas, com certeza, nunca se esquecerão dos NÓS nas roupas e dos BEIJOS nas mãos. 14 de junho 2009