Vovó, quem é seu herói? Perguntou Paolo, meu neto, que na época tinha cinco anos. Devolvi a pergunta, antes de responder. Ele enumerou vários, uma vez que estava encantado com o poder dos heróis criados nas estórias infantis.Respondi: “Meu Herói é o JC.” “O que ele faz?” Disparou, o garoto. Tive que rapidamente organizar as idéias e transformá-las em linguagem infantil. Afinal o que eu mais desejava era revelar que o JC era superior, não usava de efeitos especiais e poderia mudar o sentido da vida.Afirmei: “Meu Herói é capaz de colocar cor e gosto na água, e ela fica linda e saborosa. Ele pega um pedacinho de pão e transforma num pão bem grande que dá para muita gente comer. Pega um peixe pequeno e transforma em milhares de peixes. Só de colocar a mão na cabeça de uma vovó doente, a febre foi embora. E quando um barco estava quase afundando por causa do vento e da chuva ele mandou a tempestade parar e ela obedeceu.” Ele ouvia com os olhinhos e ouvidos bem abertos, mas dava para ver que preparava uma resposta, na tentativa de enfraquecer meu Herói. E veio com a afirmação: “Mas tem uma coisa: Seu Herói não tem corpo forte, o meu tem. E se o meu encontrar o seu terá uma briga e o seu vai perder.” Ai, tive a oportunidade de apresentar o Herói que venceu a morte. E falei: “O JC, não se preocupa em ter corpo forte, nem em lutar. Sabe por que? Porque uma vez, um amigo dele ficou doente e morreu. O corpo já estava até apodrecendo, mas o JC chegou e mandou ele sair do cemitério e ele saiu.” Paolo ouvia já concordando que meu Herói era superior a todos que ele tinha. Eu continuei: E tem mais: “Uma vez, enganaram ele, e os policiais chegaram e o prenderam. Bateram, cuspiram, fizeram mil perguntas e finalmente ele foi condenado a pena de morte. Ele morreu numa sexta-feira, mas quando chegou no domingo a cova dele ficou vazia. Ele saiu de dentre os panos que enrolavam o corpo morto dele. Os panos ficaram lá como uma embalagem, mas dentro não tinha corpo algum.” “Ele viveu novamente?” O garoto perguntou. Respondi: “Sim”. Não só isto. Além dele ganhar da morte ele garantiu que eu e você, mesmo que a morte chegue, poderemos também, sair da cova e viver novamente.” Ele continuava me olhando, mas agora sem tentar me convencer que os heróis dele, tinham mais poder. Afinal, se tinha uma coisa que ele não queria era morrer. E na cabecinha dele se o meu Herói era mais forte que a morte, então ele queria.
Perguntei: “Você acredita no meu Herói? Ele respondeu: “Sim. Claro!”
“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” João 11.25
* Publicado no “Cada dia com Deus” Meditações Holiness de 2011