1957 a 1966
Voltei a morar com meus pais que mudaram para a região que meu avô materno morava. E parei novamente de estudar. Não tinha como continuar uma vez que não havia nenhuma escola com a continuidade escolar, na região.
Meu pai vendo minha gana por leitura me deu de presente a coleção “Heróis Cristãos” que demorou um mês para chegar no correio da cidade de Padre Nobrega e meu pai foi buscar a cavalo, Eu devorei, lendo todos, em uma semana.
Aos 13 anos o pastor da minha igreja, Salovi Bernardo e sua esposa Cenyra, (eles estão vivos e ativos ainda com a idade de 88 anos) quiseram ajudar na continuidade dos meus estudos. Sai da agricultura e fui morar na cidade. Trabalhava durante o dia ajudando com as quatro crianças do casal (naquele tempo não era crime) e estudava a noite. Quase morri de saudades de casa. Chorava muito, mas queria continuar estudando e não desisti.
Dormia na biblioteca do Pastor Salovi. Voltava da escola e ficava lendo até de madrugada. Li alguns livros de Freud. Biografias e já me interessava por todos os livros que falavam de relacionamentos e da interação humana.
Na casa dos Bernardos, experimentei pela primeira vez o que era confrontação, perdão, compaixão e a chance de recomeçar. Fui pega mentindo e roubando. Diante dos meus erros recebi amor, compreensão e aceitação. Mesmo ficando claro que aquela conduta não era permitida naquela casa e nem na vida. O amor recebido e a chance de continuar na casa me ajudou na decisão de mudar de comportamento.
Aos 16 anos meus pais saíram definitivamente da agricultura, mudaram para cidade e voltei a morar com êles..
Tinha muita vergonha da minha situação social (tinha muito pouco mesmo). Achava-me feia (mas agora vendo as fotos vejo que eu era linda. (rsrsrs).
Apaixonei-me pela primeira vez e nunca mais esqueci o rosto daquele rapazinho que também me olhava amorosamente. Mas só ficamos nos olhares…
Aos dezoito anos vim para São Paulo, saindo de Marília, de trem, que demorava 10 horas para percorrer 450 km. Mas uma vez deixei minha família para morar com uma família, tia da mãe, que eu nunca tinha visto. Experimentei muitos sentimentos, alguns bons; outros bem doloridos, longe de casa. Até casar, morei em quatro lugares diferentes. Finalmente aluguei meu próprio cantinho onde me sentia mais livre e satisfeita.
Apaixonei-me novamente e tive meu primeiro namorado. Amava até o mais fundo da minha alma. Era admirada e querida. Mas segundo ele, era “uma moça pra casar” e ele não queria casar e se foi… O chão saiu debaixo dos meus pés…Tudo ficou cinza. E cri que não amaria nunca mais, algum homem! A crença durou pouco…rs
Aos dezenove conheci, Eliel, meu marido até hoje…Primeiro fomos amigos e depois resolvemos ser namorados e parceiros para toda a vida! E tá valendo!
Que fofa, você Esther. Muita leitura isso é lindo demais, parabéns. Bjs.
Obrigada. Amo ler. As vezes falta tempo…
Abraço.