SILÊNCIO SEPULCRAL
Estamos na semana que se comemora a prisão, julgamento, crucificação, morte, sepultamento e ressurreição de Jesus de Nazaré!
É uma semana que me toca profundamente.
E este ano, estou mais sensibilizada ainda. Talvez por causa da pandemia que estamos vivendo, onde querendo ou não, a impotência humana, fica escancarada a percepção. Todo o conhecimento, toda estratégia, todo o poder financeiro, toda força bélica, e até descobertas científicas se curvam diante do corona, invisível ao olho nu. Tão insignificante pelo tamanho é tão poderoso pela facilidade de multiplicação e letalidade, que carrega em sua coroa.
Hoje é sábado! Na história da morte de Cristo é o dia do silêncio sepulcral.
Posso imaginar Jerusalém, naquele dia: judeus no sabat; soldados romanos fazendo ronda no túmulo; e outros descansando; Pilatos aliviado, pois não se via culpado. Afinal, o homem de Nazaré foi condenado, à pena pior que existia no domínio romano, e ele simplesmente, só tinha atendido ao desejo dos líderes judeus e de seus seguidores. Os discípulos escondidos, frustrados e com medo de também serem presos. Maria, mãe de Jesus, desolada e lembrando o que o Simeão havia lhe dito: “por causa deste menino, uma espada atravessará seu coração”. Maria Madalena preocupada em preparar as especiarias de embalsamamento. Porque no dia seguinte, domingo, logo cedo, ela planejou cuidar do corpo morto de Cristo, seu libertador, como mais uma prova do profundo amor que tinha por Ele.
Sábado da aleluia, um dia vazio! Um dia de Deus “morto”! Solidão, desamparo, frustração, medo e ausência, fizeram daquele sábado um dia longo!
Quem, acreditava que o domingo ia chegar? Pelo visto, poucos… ou ninguém!
Talvez, Maria, mãe de Jesus…
Para pensar:
Como lido com os silêncios sepulcrais da minha vida?
Como fico quando Deus, parece morto?
Oração:
Pai vem caminhar comigo na minha impotência. Ajuda-me, quando não vejo saída! Ajuda-me a não perder a esperança no silêncio do nada!
Que eu possa caminhar, aos poucos, na trilha deixada por Yeshua!
Traz a lembrança da minha memória, de que hoje é sábado. Tenebroso, sim. Mas, o domingo vai chegar!