No dia 01 de agosto foi o velório e o enterro do meu sogro Lourenço Moreno Carrenho, que era o representante mais idoso dos Carrenhos. Tinha 98 anos. Um homem que por toda a vida viveu coerente com seus valores e princípios. Era disciplinado na alimentação, dormia o suficiente todos os dias e sempre cumpriu seus deveres para com o trabalho e para com os credores.
Tinha um sobrenome forte. A começar por mim, meu sobrenome foi engolido pelo Carrenho. Passei a ser Esther Carrenho e quase ninguém sabe que antes do Carrenho eu era “Gomes de Lima”. Ainda sou. Mas só quando vou fazer exames laboratoriais é que a atendente chama: “Esther Gomes”. Eu só ouço na segunda vez, porque na primeira me soa estranho e até o meu cérebro processar que sou eu mesma , já sou chamada a segunda vez.
Fiquei triste com a morte do meu sogro, mesmo reconhecendo que ele viveu bem seus 98 anos. Além de triste, mais uma vez fiquei reflexiva sobre o que é a vida. E duas coisas me chamaram muito a atenção: A presença de sete bisnetos e um pé de manacá. O da foto.
Quando percebi os bisnetos lembrei do outono quando muitas espécies de arvores derrubam suas folhas amareladas e enfraquecidas e em seguida começam a surgir novas folhinhas de um verde bem claro mas cheias de brilho e viço. Enfim, o que envelheceu se vai para que os novos surjam!
Quando vi o pé de manacá-da-serra, que tem o nome científico de (Tibouchina mutabilis), pensei sobre os ciclos da vida. Aprecio muito os manacás, tanto quanto as cerejeiras e os ipês. Mas os manacás me instigavam pela variedade e tonalidade de cores de suas flores: brancas, rosas claro, rosas escuro e lilás. Um dia lendo uma reflexão do Alex Rocha, um colega, tudo se esclareceu para mim. Quando as flores nascem no pé de manacá elas são brancas, depois de algum tempo elas se tornam rosas e quando estão envelhecidas ficam todas lilás. É o ciclo da vida: infância, juventude e velhice.
Fiquei por alguns minutos vendo este manacá que florescia bem do lado direito da entrada do velório. Observei a convivência das flores de várias tonalidades e vi naquele momento a família da qual eu faço parte representada. Lá dentro estavam os Carrenhos com crianças, adolescentes, jovens e adultos. Alguns já envelhecidos anunciando que podem “cair” a qualquer hora como a flor lilás do manacá.
Entre os adolescentes e crianças estavam os bisnetos. Sendo que três deles, com sobrenome Carrenho, são meus netos!
E, o pé de manacá consolou meu coração dolorido naquele dia.
Bem aventurados os olhos que veem!
Que texto profundo e reflexivo! Também me fez pensar…Deus é tão bondoso conosco que encontra formas de nos consolar em todos os momentos, até mesmo através das flores… Meu desejo maior é que todas as outras “flores Carrenhos” vivam tanto e tão bem quanto o seu Loureço viveu. E demorem muitos e muitos anos para cair. Me lembro das visitas que fazíamos à eles aos domingos, no tempo no qual morei com vocês…a vó que nem minha era me recebeu de braços abertos e me disse “vou orar por você para que Deus te dê um bom casamento, um homem honesto, trabalhador…” . E como esquecer o brigadeirão? Nunca a esqueci!!! E me encho de saudade quando lembro dela. E por ter sido criada por minha vó materna até os 9 anos eu sempre gostei dos velhinhos…ficava ouvindo as histórias do seu Lourenço com interesse. Amo muito vocês! Um abraço apertado, Betânia
Oi Betânia.
Você sempre querida!
Obrigada pelo seu sempre apoio e carinho.
Abração.
esther
Amei o seu texto, sua reflexão, sua sacada de “manacás”. Estou ficando roxinha, e acredite, estou mais feliz que nunca. Gostaria de compartilhá-lo no Cada Dia com Deus.
Oi Sizue
Pode compartilhar. Mas acho que você precisa dar uma editada!
Beijão.
esther
Mulher de Deus! Nunca esquecerei de suas sábias palavras! Como era gostoso participar de seus estudos , saudades!Bj.
Oi Sonia
Obrigada por seu retorno.
Bom saber que em algum momento fui benção na sua vida!
Abração
esther
Muito lindo,Esther!Como vc! Bjus
Sonia
Obrigada querida!
Grande abraço pra você!
esther
Muito bom .. Deus mais uma vez usando suas flores … Éster, manacás, pra falar docemente conosco!!
Sônia
Acho que os anos vão passando, a gene diminui o passo e começa a enxergar melhor! tenho aprendido muito com as plantas e flores. E a azaléia que floresce na adversidade. Não é demais?
Beijo.
esther
O interessante desta reflexão é que , independente da fase em que nos encontramos, Deus sempre nos concede uma beleza que é única, interior, divina. Cabe a nós desfrutarmos de cada etapa da vida com sabedoria, intensidade e submissão ao nosso Criador, deixando marcas, valores e exemplos corretos aqueles que estarão em seu pleno vigor quando nós, lindas flores brancas cairmos…..
Que Deus console vc e sua família.
Grande abraço,
Fabiana Quiles de Almeida
Fabiana
Que delícia ler o seu comentário! E quantas saudades. Você está sempre na minha lembrança e ficou para sempre no meu coração.
Beijão.
esther
Que lindo texto minha amada! você como sempre tão sensível e com esta capacidade de extrair beleza até dos momentos de tristeza…Que Deus continue te usando para tocar corações…bjo grande
Obrigada Francisca.
Muitas saudades de você!
Qq dia apareço em Londrina.
beijão.
esther
A reflexão trazida pela Esther no texto ” Manacás da Serra”, trouxe conforto e consolo ao meu coração, no momento de partida do meu saudoso pai. Sou uma flor de manacá lilás, ainda com vigor, mas já sentindo que as flores mais jovens pedem passagem. Só me resta ajudá-los na caminhada e deixá-los seguir em frente. Beijos a vc. Esther.
Lindo seu comentário!
beijo.
esther
Belo texto!! Abençoou meu dia! Não pare de escrever! Abraço
Fábio, obrigada pelo incentivo!
Abraço.
ether